Esse
texto é muito interessante, faz parte da entrevista da Lúcia Ortiz, com o tema:
“Rio+20,
um jogo de interesses”? publicada
na edição nº 427, junho de 2012.
Revista Mundo Jovem
Não somos escravos do consumo
Se conseguimos alguma coisa nestes últimos 20 anos,
foi uma maior consciência, porque quem é afetado por esse modelo de
desenvolvimento, quem não está feliz com isso é a maioria das pessoas. As
pessoas estão angustiadas. E esse sentimento gera indignação do povo com
relação aos governos que não atendem aos seus apelos. Como é que as corporações
mandam na vida das pessoas? As pessoas não querem ser escravas da propaganda
veiculada na televisão, trabalhar para consumir e resumir o sentido da vida
nisso.
Por mais que a propaganda incentive e diga que todos
querem ser consumidores, e divulga isso como o grande sonho de felicidade da
humanidade, vemos que na verdade a vida das pessoas está a serviço de um modelo
de crescimento econômico infinito, e isso tem que acabar. E a juventude
certamente se solidariza com isso, porque não consegue ver muitas perspectivas
para o seu futuro. Isso faz com que a juventude se integre, troque ideias,
retome a criatividade. Se o governo não tem ou não usa a criatividade para
resolver o problema, vamos mostrar que ela existe, está nas pessoas. E é hora
de trocar isso em praças públicas, em movimentos de ocupação, sentar para
discutir e mostrar isso em ações concretas.
Existe a ação da discussão dos espaços e também
ações diretas que têm sido feitas pelos movimentos, seja através da arte, da
cultura ou ações direcionadas a um alvo específico. Por exemplo, no Rio de
Janeiro, existe uma bolsa verde, como uma bolsa de valores, que disse que vai
vender água, a polinização das abelhas, a biodiversidade. Como é que as pessoas
vão ficar caladas a respeito disso?
Compartilhamos com os leitores por entendermos que
trata de um tema recorrente, no cotidiano social e, pode contribuir para
entendermos um pouco mais sobre a grande Conferência que acontecerá em breve no
Brasil. Conferência está, que vai tratar da problemática questão do século XXI
e que nos diz muito a respeito – a “Natureza”, por isso está sendo intitulada economia verde. É
fundamental que os espaços propulsores de conhecimento, promovam discussões
envolvam os alunos e as comunidades, para que todos fiquem vigilantes. Não
podemos permitir que o mercado financeiro internacional mercantilize ao seu bel prazer nosso maior capital – a
Economia dos Ecossistemas e a Biodiversidade. Que é essa contabilização, seja
dos componentes da biodiversidade, seja dos serviços ambientais. E isso está
provocando uma série de alterações nas leis em vários países. E o Brasil está
sendo protagonista desse ajuste neoliberal das leis do país.
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