sexta-feira, 11 de maio de 2012

NÃO SOMOS ESCRAVOS DO CONSUMO


Esse texto é muito interessante, faz parte da entrevista da Lúcia Ortiz, com o tema: Rio+20, um jogo de interesses”? publicada na edição nº 427, junho de 2012.
Revista Mundo Jovem

Não somos escravos do consumo

Se conseguimos alguma coisa nestes últimos 20 anos, foi uma maior consciência, porque quem é afetado por esse modelo de desenvolvimento, quem não está feliz com isso é a maioria das pessoas. As pessoas estão angustiadas. E esse sentimento gera indignação do povo com relação aos governos que não atendem aos seus apelos. Como é que as corporações mandam na vida das pessoas? As pessoas não querem ser escravas da propaganda veiculada na televisão, trabalhar para consumir e resumir o sentido da vida nisso.
Por mais que a propaganda incentive e diga que todos querem ser consumidores, e divulga isso como o grande sonho de felicidade da humanidade, vemos que na verdade a vida das pessoas está a serviço de um modelo de crescimento econômico infinito, e isso tem que acabar. E a juventude certamente se solidariza com isso, porque não consegue ver muitas perspectivas para o seu futuro. Isso faz com que a juventude se integre, troque ideias, retome a criatividade. Se o governo não tem ou não usa a criatividade para resolver o problema, vamos mostrar que ela existe, está nas pessoas. E é hora de trocar isso em praças públicas, em movimentos de ocupação, sentar para discutir e mostrar isso em ações concretas.
Existe a ação da discussão dos espaços e também ações diretas que têm sido feitas pelos movimentos, seja através da arte, da cultura ou ações direcionadas a um alvo específico. Por exemplo, no Rio de Janeiro, existe uma bolsa verde, como uma bolsa de valores, que disse que vai vender água, a polinização das abelhas, a biodiversidade. Como é que as pessoas vão ficar caladas a respeito disso?
Compartilhamos com os leitores por entendermos que trata de um tema recorrente, no cotidiano social e, pode contribuir para entendermos um pouco mais sobre a grande Conferência que acontecerá em breve no Brasil. Conferência está, que vai tratar da problemática questão do século XXI e que nos diz muito a respeito – a “Natureza”, por isso está sendo intitulada economia verde. É fundamental que os espaços propulsores de conhecimento, promovam discussões envolvam os alunos e as comunidades, para que todos fiquem vigilantes. Não podemos permitir que o mercado financeiro internacional mercantilize ao seu bel prazer nosso maior capital – a Economia dos Ecossistemas e a Biodiversidade. Que é essa contabilização, seja dos componentes da biodiversidade, seja dos serviços ambientais. E isso está provocando uma série de alterações nas leis em vários países. E o Brasil está sendo protagonista desse ajuste neoliberal das leis do país.

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