segunda-feira, 4 de junho de 2012

PDE Interativo

  Texto muito interessante para gestores escolares. Não deixem de ler.  



PDE interativo: o pontapé inicial no planejamento estratégico

Uma das maiores dificuldades dos gestores é fazer uma avaliação detalhada da situação escolar: retomar as metas estabelecidas em períodos anteriores, levantar os indicadores de repetência e evasão, comparar os resultados de avaliações externas e fazer um balanço da infraestrutura. Cruzar esses dados é uma tarefa trabalhosa e demorada. No entanto, é possível sistematizar o diagnóstico por meio do Programa de Desenvolvimento da Escola Interativo (PDE Interativo) - instrumento de planejamento da gestão escolar do Sistema Integrado de Monitoramento do Ministério da Educação (Simec). Desde o começo do ano, ele está disponível na internet às unidades de ensino da rede pública e pode ser acessado de qualquer computador, basta que o diretor solicite o cadastro na própria página.

No ano passado, a ferramenta foi testada por equipes gestoras beneficiadas pelo Programa de Desenvolvimento da Escola (PDE Escola) - iniciativa do MEC que repassa recursos financeiros a escolas com baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). A reportagem de GESTÃO ESCOLAR teve acesso ao perfil virtual de uma dessas instituições e observou como foi elaborado o planejamento. A navegação se mostrou simples: as etapas seguem uma sequência lógica e, em cada tela, surgem orientações sobre como preencher os formulários. Um guia no site esclarece dúvidas de quem não tem familiaridade com a informática. O MEC incentiva todas as escolas de Educação Básica do país a usarem essa tecnologia.

A ferramenta não tem como meta dar fórmulas prontas. Pelo contrário, cada escola é incentivada a detalhar suas necessidades. Antes de responder aos itens, eles devem ser analisados e discutidos para elaborar um dossiê consistente com as fragilidades e pontos de atenção. Saiba mais acessando o link a seguir:PDE Interativo

sexta-feira, 11 de maio de 2012

NÃO SOMOS ESCRAVOS DO CONSUMO


Esse texto é muito interessante, faz parte da entrevista da Lúcia Ortiz, com o tema: Rio+20, um jogo de interesses”? publicada na edição nº 427, junho de 2012.
Revista Mundo Jovem

Não somos escravos do consumo

Se conseguimos alguma coisa nestes últimos 20 anos, foi uma maior consciência, porque quem é afetado por esse modelo de desenvolvimento, quem não está feliz com isso é a maioria das pessoas. As pessoas estão angustiadas. E esse sentimento gera indignação do povo com relação aos governos que não atendem aos seus apelos. Como é que as corporações mandam na vida das pessoas? As pessoas não querem ser escravas da propaganda veiculada na televisão, trabalhar para consumir e resumir o sentido da vida nisso.
Por mais que a propaganda incentive e diga que todos querem ser consumidores, e divulga isso como o grande sonho de felicidade da humanidade, vemos que na verdade a vida das pessoas está a serviço de um modelo de crescimento econômico infinito, e isso tem que acabar. E a juventude certamente se solidariza com isso, porque não consegue ver muitas perspectivas para o seu futuro. Isso faz com que a juventude se integre, troque ideias, retome a criatividade. Se o governo não tem ou não usa a criatividade para resolver o problema, vamos mostrar que ela existe, está nas pessoas. E é hora de trocar isso em praças públicas, em movimentos de ocupação, sentar para discutir e mostrar isso em ações concretas.
Existe a ação da discussão dos espaços e também ações diretas que têm sido feitas pelos movimentos, seja através da arte, da cultura ou ações direcionadas a um alvo específico. Por exemplo, no Rio de Janeiro, existe uma bolsa verde, como uma bolsa de valores, que disse que vai vender água, a polinização das abelhas, a biodiversidade. Como é que as pessoas vão ficar caladas a respeito disso?
Compartilhamos com os leitores por entendermos que trata de um tema recorrente, no cotidiano social e, pode contribuir para entendermos um pouco mais sobre a grande Conferência que acontecerá em breve no Brasil. Conferência está, que vai tratar da problemática questão do século XXI e que nos diz muito a respeito – a “Natureza”, por isso está sendo intitulada economia verde. É fundamental que os espaços propulsores de conhecimento, promovam discussões envolvam os alunos e as comunidades, para que todos fiquem vigilantes. Não podemos permitir que o mercado financeiro internacional mercantilize ao seu bel prazer nosso maior capital – a Economia dos Ecossistemas e a Biodiversidade. Que é essa contabilização, seja dos componentes da biodiversidade, seja dos serviços ambientais. E isso está provocando uma série de alterações nas leis em vários países. E o Brasil está sendo protagonista desse ajuste neoliberal das leis do país.

Não

terça-feira, 17 de abril de 2012

Texto de Rubem Braga


“A palavra”    
     
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito _ como não imaginar que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.     
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa. 
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse por que senti no momento _ e depois esqueci. 
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para fazer o canário cantar; que falasse com ele; cantarolasse; batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canário cantador; até mesmo que ligasse o rádio alto durante uma transmissão de jogo de futebol... mas o canário não cantava.
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma melodia de Beethoven _ e o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma ligação secreta entre a alma do artista e o pequeno pássaro? 
Alguma coisa que eu disse distraído _ talvez palavras de algum poeta antigo _ foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao “coração do povo...”
Rubem Braga