Texto muito interessante para gestores escolares. Não deixem de ler.
PDE interativo: o pontapé inicial no planejamento estratégico
Uma das maiores dificuldades dos gestores é
fazer uma avaliação detalhada da situação escolar: retomar as metas
estabelecidas em períodos anteriores, levantar os indicadores de repetência e
evasão, comparar os resultados de avaliações externas e fazer um balanço da
infraestrutura. Cruzar esses dados é uma tarefa trabalhosa e demorada. No
entanto, é possível sistematizar o diagnóstico por meio do Programa de Desenvolvimento
da Escola Interativo (PDE Interativo) - instrumento de planejamento da gestão
escolar do Sistema Integrado de Monitoramento do Ministério da Educação
(Simec). Desde o começo do ano, ele está disponível na internet às unidades de
ensino da rede pública e pode ser acessado de qualquer computador, basta que o
diretor solicite o cadastro na própria página.
No ano passado, a ferramenta foi testada por equipes gestoras beneficiadas pelo
Programa de Desenvolvimento da Escola (PDE Escola) - iniciativa do MEC que
repassa recursos financeiros a escolas com baixo Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb). A reportagem de GESTÃO ESCOLAR teve acesso ao perfil
virtual de uma dessas instituições e observou como foi elaborado o
planejamento. A navegação se mostrou simples: as etapas seguem uma sequência
lógica e, em cada tela, surgem orientações sobre como preencher os formulários.
Um guia no site esclarece dúvidas de quem não tem familiaridade com a
informática. O MEC incentiva todas as escolas de Educação Básica do país a usarem
essa tecnologia.
A ferramenta não tem como meta dar fórmulas prontas. Pelo contrário, cada
escola é incentivada a detalhar suas necessidades. Antes de responder aos
itens, eles devem ser analisados e discutidos para elaborar um dossiê
consistente com as fragilidades e pontos de atenção. Saiba mais acessando o link a seguir:PDE Interativo
segunda-feira, 4 de junho de 2012
quinta-feira, 31 de maio de 2012
sexta-feira, 11 de maio de 2012
NÃO SOMOS ESCRAVOS DO CONSUMO
Esse
texto é muito interessante, faz parte da entrevista da Lúcia Ortiz, com o tema:
“Rio+20,
um jogo de interesses”? publicada
na edição nº 427, junho de 2012.
Revista Mundo Jovem
Não somos escravos do consumo
Se conseguimos alguma coisa nestes últimos 20 anos,
foi uma maior consciência, porque quem é afetado por esse modelo de
desenvolvimento, quem não está feliz com isso é a maioria das pessoas. As
pessoas estão angustiadas. E esse sentimento gera indignação do povo com
relação aos governos que não atendem aos seus apelos. Como é que as corporações
mandam na vida das pessoas? As pessoas não querem ser escravas da propaganda
veiculada na televisão, trabalhar para consumir e resumir o sentido da vida
nisso.
Por mais que a propaganda incentive e diga que todos
querem ser consumidores, e divulga isso como o grande sonho de felicidade da
humanidade, vemos que na verdade a vida das pessoas está a serviço de um modelo
de crescimento econômico infinito, e isso tem que acabar. E a juventude
certamente se solidariza com isso, porque não consegue ver muitas perspectivas
para o seu futuro. Isso faz com que a juventude se integre, troque ideias,
retome a criatividade. Se o governo não tem ou não usa a criatividade para
resolver o problema, vamos mostrar que ela existe, está nas pessoas. E é hora
de trocar isso em praças públicas, em movimentos de ocupação, sentar para
discutir e mostrar isso em ações concretas.
Existe a ação da discussão dos espaços e também
ações diretas que têm sido feitas pelos movimentos, seja através da arte, da
cultura ou ações direcionadas a um alvo específico. Por exemplo, no Rio de
Janeiro, existe uma bolsa verde, como uma bolsa de valores, que disse que vai
vender água, a polinização das abelhas, a biodiversidade. Como é que as pessoas
vão ficar caladas a respeito disso?
Compartilhamos com os leitores por entendermos que
trata de um tema recorrente, no cotidiano social e, pode contribuir para
entendermos um pouco mais sobre a grande Conferência que acontecerá em breve no
Brasil. Conferência está, que vai tratar da problemática questão do século XXI
e que nos diz muito a respeito – a “Natureza”, por isso está sendo intitulada economia verde. É
fundamental que os espaços propulsores de conhecimento, promovam discussões
envolvam os alunos e as comunidades, para que todos fiquem vigilantes. Não
podemos permitir que o mercado financeiro internacional mercantilize ao seu bel prazer nosso maior capital – a
Economia dos Ecossistemas e a Biodiversidade. Que é essa contabilização, seja
dos componentes da biodiversidade, seja dos serviços ambientais. E isso está
provocando uma série de alterações nas leis em vários países. E o Brasil está
sendo protagonista desse ajuste neoliberal das leis do país.
terça-feira, 17 de abril de 2012
Texto de Rubem Braga
“A palavra”
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito _ como não imaginar que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse por que senti no momento _ e depois esqueci.
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para fazer o canário cantar; que falasse com ele; cantarolasse; batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canário cantador; até mesmo que ligasse o rádio alto durante uma transmissão de jogo de futebol... mas o canário não cantava.
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma melodia de Beethoven _ e o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma ligação secreta entre a alma do artista e o pequeno pássaro?
Alguma coisa que eu disse distraído _ talvez palavras de algum poeta antigo _ foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao “coração do povo...”
Tanto que tenho falado, tanto que tenho escrito _ como não imaginar que, sem querer, feri alguém? Às vezes sinto, numa pessoa que acabo de conhecer, uma hostilidade surda, ou uma reticência de mágoas. Imprudente ofício é este, de viver em voz alta.
Às vezes, também a gente tem o consolo de saber que alguma coisa que se disse por acaso ajudou alguém a se reconciliar consigo mesmo ou com a sua vida de cada dia; a sonhar um pouco, a sentir uma vontade de fazer alguma coisa boa.
Agora sei que outro dia eu disse uma palavra que fez bem a alguém. Nunca saberei que palavra foi; deve ter sido alguma frase espontânea e distraída que eu disse por que senti no momento _ e depois esqueci.
Tenho uma amiga que certa vez ganhou um canário e o canário não cantava. Deram-lhe receitas para fazer o canário cantar; que falasse com ele; cantarolasse; batesse alguma coisa ao piano; que pusesse a gaiola perto quando trabalhasse em sua máquina de costura; que arranjasse para lhe fazer companhia, algum tempo, outro canário cantador; até mesmo que ligasse o rádio alto durante uma transmissão de jogo de futebol... mas o canário não cantava.
Um dia a minha amiga estava sozinha em casa, distraída, e assobiou uma melodia de Beethoven _ e o canário começou a cantar alegremente. Haveria alguma ligação secreta entre a alma do artista e o pequeno pássaro?
Alguma coisa que eu disse distraído _ talvez palavras de algum poeta antigo _ foi despertar melodias esquecidas dentro da alma de alguém. Foi como se a gente soubesse que de repente, num reino distante, uma princesa muito triste tivesse sorrido. E isso fizesse bem ao “coração do povo...”
Rubem Braga
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